O Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande registrou, entre janeiro e outubro deste ano, um aumento de 18,8% no número de pessoas atendidas vítimas de acidentes em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pelo médico ortopedista da unidade, Igor Gama, que alertou para o crescimento expressivo de casos, especialmente os relacionados a acidentes com motocicletas.
Segundo o levantamento, foram contabilizados 8.834 atendimentos a motociclistas acidentados, o que representa um crescimento de quase 25% em relação ao ano passado, quando foram registrados 7.101 casos. O total inclui ainda ocorrências envolvendo bicicletas, atropelamentos e colisões com automóveis.
“Observamos um cenário preocupante, especialmente nos acidentes automobilísticos e motociclísticos, que geralmente resultam em lesões mais graves, exigindo internação, uso de antibióticos e, muitas vezes, intervenções cirúrgicas”, destacou o ortopedista.
O médico explicou que os traumas decorrentes de acidentes de motocicleta são os mais frequentes e complexos.
“Esses acidentes podem causar desde fraturas de membros até lesões mais sérias, como as que afetam a bacia, o quadril ou o crânio”, afirmou.
O especialista também chamou atenção para o aumento da frota de veículos e a falta de conscientização dos condutores.
“O crescimento da população e da circulação de veículos, aliado à imprudência, tem impacto direto nos números. A única maneira de reduzir essas ocorrências é por meio da prevenção: respeitar os limites de velocidade, as sinalizações e, principalmente, ter empatia no trânsito”, reforçou.
Outro fator que preocupa é a combinação de álcool e direção, uma das principais causas de acidentes.
“Embora o hospital não realize testes para confirmar o uso de substâncias, percebemos a relação direta com esse comportamento. A recomendação é clara: se beber, não dirija”, alertou.
O ortopedista também lamentou o descumprimento do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como capacetes e cintos de segurança, especialmente em municípios do interior.
“O não uso desses equipamentos, mesmo sendo uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro, aumenta significativamente a gravidade das lesões e coloca vidas em risco”, completou.
Diante do aumento dos atendimentos, o Hospital de Trauma reforça o pedido de conscientização da população e alerta que a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz para salvar vidas e evitar a superlotação da unidade.
Com Paraíba Online






