Cientista político prevê desgaste do PMDB na Paraíba após prisão de Cunha

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A prisão de Eduardo Cunha caiu como uma bomba em Brasília. O ex-deputado, cassado em setembro desse ano, foi preso nesta quarta-feira (19) apenas seis dias após se tornar réu na Lava-Jato. Para o cientista político José Henrique Artigas, professor da Universidade Federal da Paraíba, a prisão de Cunha deve causar um enfraquecimento do PMDB na Paraíba.

“Importantes lideranças do PMDB na Paraíba tinham ligações muito intrínsecas com o Eduardo Cunha, compunham inclusive a chamada “tropa de choque” do Cunha. O desgaste político é imediato. Podemos esperar certamente um reflexo de desgaste do PMDB da Paraíba. Isso terá consequências profundas até mesmo porque o PMDB é uma das três grandes forças políticas no Estado”, comentou.

Artigas avalia ainda que Cunha tem ligações com a Petrobras e empresas de energia há tempos anteriores aos escândalos conhecido por “Petrolão” e que tais conhecimentos do ex-deputado, em uma delação premiada, respingaria em figurões do PSDB no âmbito nacional.

“O menos importante é ele ir para a cadeia, mas o mais importante é o que irá derivar desse processo. Isso pode abrir caminho para envolvimento, não apenas daqueles que já estão sendo investigados, mas também para esquemas de corrupção anteriores aos governos do PT, porque Eduardo Cunha já tinha influência sobre a Petrobras e junto às empresas do setor elétrico, por exemplo Furnas, o que pode envolver elementos centrais do PSDB”, afirmou.

Por fim, Artigas avalia o grande impacto que uma delação premiada de Cunha pode causar ao Legislativo Nacional.

“Uma delação de Eduardo Cunha, nessas circunstâncias, pode envolver de 1/3 a quase metade do Congresso Nacional desde que ele ajudou no financiamento de campanhas eleitorais por alguns anos de uma parcela bastante expressiva de deputados. Segundo alguns analistas ele mobilizava algo em torno de 120 deputados na Câmara”, concluiu.

 

wscom

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