Quase metade do eleitorado acha que a situação da segurança pública no Brasil piorou desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo para o seu terceiro mandato, segundo levantamento feito entre os dias 21 e 24 de outubro pelo instituto Paraná Pesquisas e divulgado nesta quarta-feira, 29.
De acordo com a pesquisa, 45,8% dos entrevistados dizem que a situação da segurança pública piorou na atual gestão, enquanto apenas 33,9% dizem que nada mudou (“permaneceu igual”). Apenas 17,2% dos pesquisados afirmaram que o quadro no combate à criminalidade melhorou na atual administração de Lula.

A pesquisa foi feita antes da operação desencadeada pela polícia do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, na terça-feira, 28, quando ao menos 64 pessoas foram mortas — incluindo quatro policiais — e mais de oitenta foram presas. A megaofensiva levou caos a boa parte da capital fluminense, com ônibus sequestrados, barricadas nas ruas, incêndios e muita troca de tiros, que paralisaram parcialmente a vida da população em várias áreas da cidade.
Desempenho ruim até no Nordeste
A percepção de que a segurança pública piorou na atual gestão petista é dominante até no Nordeste, região onde o presidente tem melhor desempenho eleitoral e de aprovação ao seu governo.
Segundo a pesquisa, 39,9% dos eleitores do Nordeste acham que a situação piorou, enquanto 36,5% consideram que permaneceu igual. A performance de Lula é ainda muito pior nas demais regiões (veja quadro completo abaixo).

Guerra eleitoral
Durante a operação, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) chegou a dizer que o estado estava sozinho no enfrentamento ao crime organizado e que o governo federal havia recusado ajuda militar, o que foi negado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que disse jamais ter recebido qualquer pedido de ajuda de Castro.
A polêmica ganhou as redes sociais e antecipou o enfrentamento em torno da segurança pública que se desenhava para a eleição nacional de 2026. Segundo a última pesquisa Quaest, de outubro, o tema passou a ser considerado o mais importante pelos brasileiros, superando economia.
Pesquisa
O levantamento ouviu 2.020 eleitores de 162 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Com Veja






