Uma pesquisa realizada no Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da Universidade Federal de Campina Grande estuda a dinâmica populacional do Marmeleiro em uma área de Caatinga.
O estudo foi publicado no periódico internacional “American Journal of Plant Sciences”.
O trabalho mostra um estudo realizado com o Marmeleiro (de nome científico Croton blanchetianus Baill), em área da Caatinga, no Semiárido paraibano, no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2015. O objetivo do estudo foi avaliar as taxas de mortalidade e recrutamento (seleção) da população dessa espécie, em um intervalo de dois anos.
De acordo com a professora Alecksandra Vieira de Lacerda, a vegetação da Caatinga no Semiárido brasileiro tem sido pouco estudada, quando se refere à dinâmica populacional de suas espécies.
“O monitoramento das mudanças estruturais na vegetação foi realizado em 96 parcelas (áreas) contíguas de 10 x 10 m. O levantamento fitossociológico realizado em janeiro de 2013 amostrou 1078 indivíduos (plantas) de C. Blanchetianus (Marmeleiro), ocorrendo nas 96 parcelas estudadas”, disse a professora.
“Nos anos de 2012 e 2013 a quantidade de chuvas ficou abaixo da média anual. Considerando o período de avaliação houve alta taxa de mortalidade (47,33% ao ano) e baixa taxa de recrutamento (0,18% ao ano) para a população de C. blanchetianus. O ganho real da população foi significativamente negativo (-93,91% ao ano), uma vez que o número de indivíduos mortos foi muito superior aos recrutados na população”.
Na pesquisa foi verificado que a classe de altura composta por plantas de 4,1 a 5,0 metros de altura foi a mais tolerante a falta de água, resultando em 53,85% dos indivíduos sobreviventes. “Portanto, os resultados demonstraram que secas periódicas comprometem o recrutamento, desenvolvimento, sobrevivência e estabelecimento de plantas em sistemas naturais no Semiárido brasileiro”, destacou a professora Alecksandra Vieira em sua pesquisa.
Com Rosenato Barreto – Assimp CDSA/UFCG