Morre aos 102 anos o empresário Teotônio Neto, fundador do Jornal Correio da Paraíba

Faleceu nesta sexta-feira (2), aos 102 anos, o empresário e ex-deputado federal Teotônio Neto, fundador do Jornal Correio da Paraíba. A morte do empreendedor ocorreu no Rio de Janeiro. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

No último dia 18 de maio, Teotônio Neto perdeu o filho, Júnior Teotônio, de 61 anos, vítima de câncer agravado por complicações da Covid-19.

Biografia
Francisco Teotônio Neto nasceu em Santana dos Garrotes, no Sertão da Paraíba, em 28 de novembro de 1918. Começou a trabalhar na lavoura desde criança. Foi vaqueiro, carregador de água para operários, tangedor de jumentos e bodegueiro. Ainda na cidade natal, estudou escrituração mercantil por correspondência e tirou o diploma de datilógrafo.

“Sempre experimentei da vida o melhor. Prefiro viver sonhando acordado, sempre feliz e lembrando de várias passagens da minha vida, em que fui feliz e sempre fiz o bem. Graças a Deus!”

Teotônio Neto, ao Jornal Correio da Paraíba, em reportagem especial sobre os 100 anos de aniversário dele, publicada em novembro de 2018.
Em 1941, mudou-se para João Pessoa para cursar o ginásio. Paralelamente aos estudos, trabalhou como balconista nas Lojas Paulistas. Teotônio Neto demonstrou talento no emprego e foi transferido para o departamento de vendas e, mais tarde, alcançou o posto de gerente.

Ainda em 1941 foi eleito presidente da Sociedade Literária Rui Barbosa, composta por alunos do instituto onde estudava. Seu discurso de posse foi assistido por representantes do interventor federal, Rui Carneiro, e do arcebispo metropolitano. Na sua administração, a sociedade adquiriu personalidade jurídica, realizaram-se assembleias literárias semanais e a biblioteca enriqueceu-se com mais de duzentas obras.

A partir daí, foi chamado pelo padre Carlos Coelho para colaborar no jornal A Imprensa, tendo trabalhado na Capital e no interior até que o órgão deixou de circular, por ter publicado uma nota crítica ao Governo do Estado. Desempregado, foi convidado para trabalhar na firma do comerciante Francisco Reis Lisboa Neto, passando a operar na área de seguros elementares e exportações.

Com o fechamento do instituto que cursava, matriculou-se na Academia de Comércio, onde estudou por dois anos. Seus estudos posteriores foram realizados em cursos avulsos ou como autodidata, tendo estudado administração nos Estados Unidos.

Em 1944, ele fundou a firma Teotônio Neto, escritório de representações, consignações e conta própria, que dois anos depois se transformou em sociedade coletiva, a Teotônio Neto e Companhia, que atuava em diversos ramos, inclusive no de seguros.

Quando foi proibida a importação de trigo, iniciou os estudos para construir em Cabedelo o primeiro moinho de trigo do estado. Antes da inauguração do empreendimento, que aconteceria em 1955, Teotônio Neto fundou o jornal O Correio da Paraíba e, ainda na década de 1950, passou a dirigir as Organizações Teone, constituídas, além de sua firma e seu jornal, pela Editora Teone, a Livraria Teone, a Cabral Representações e a Ipuera Mineração.

Na agricultura, fundou em 1960 a Cooperativa Mista do Vale do Piancó, que serviu a dezenas de municípios do estado, prestando apoio financeiro a pequenos agricultores e explorando ainda, por conta própria, um grande plantio de agave e de oliveiras. Posteriormente, a cooperativa passaria a possuir uma usina própria de beneficiamento de algodão de Piancó.

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