Durante entrevista no Festival do Mel, em São José dos Cordeiros, no último fim de semana, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB) foi direto ao comentar o cenário político de 2026: descartou apoiar a pré-candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil–PB) ao Governo da Paraíba em 2026. O motivo, segundo ele, é a escolha de Efraim por se alinhar ao grupo bolsonarista — uma vertente política com a qual Veneziano afirma não ter qualquer afinidade.
“Eu sou muito realista em relação a isso. A candidatura de Efraim está posta, é legítima. Mas eu tenho uma dificuldade. Efraim é como um irmão, um grande amigo. Tenho uma relação pessoal muito boa com ele, com o pai, com dona Ângela. Inclusive, há pouco estive com George, que é meu eleitor, uma figura querida. No entanto, tenho dificuldade em dizer que posso votar em Efraim. Porque ele fez, legitimamente, uma escolha por um campo político com o qual eu não tenho nenhuma afinidade, que é o bolsonarismo. Respeito, mas não compartilho. Politicamente, defendemos teses e visões diferentes. Isso naturalmente nos afasta. Se ele estivesse no MDB ou mesmo no União Brasil, dependendo da configuração da federação que ainda está sendo discutida, talvez fosse outro cenário. Mas, hoje, não há como”, declarou o emedebista.
A declaração de Veneziano confirma o distanciamento dentro do grupo oposicionista, que ainda tenta consolidar um nome forte para enfrentar o grupo do atual governador João Azevêdo (PSB) em 2026. Efraim já conta com o apoio do PL, enquanto outros nomes seguem em articulação, como o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) e o presidente estadual do PSD na Paraíba, ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, que chegou ao segundo turno na última eleição com mais de 1,1 milhão de votos.
Nos bastidores, cresce a expectativa em torno de uma possível filiação do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido), ao MDB — partido onde iniciou sua trajetória política. Ele tem mantido conversas frequentes com Veneziano, sendo inclusive cotado para compor uma chapa majoritária ao Senado.
Com o xadrez político da oposição ainda indefinido, a fala de Veneziano sinaliza um novo rearranjo de forças no MDB e reforça o distanciamento entre alas mais tradicionais e os setores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com Fonte83