Chegando a 2026, nosso Cariri e nosso Seridó precisam refletir sobre o voto: quem esteve realmente conosco?

Por Júnior Queiroz

2026 será ano de eleição, mas precisa ser, antes de tudo, ano de memória e coragem para o povo do Cariri e do Seridó. Chegou a hora de parar de cair na conversa fiada e no discurso ensaiado que só aparece quando o voto se aproxima.

A política não começa no ano eleitoral. Mandato se constrói em trabalho contínuo, em recursos destinados, em obras entregues e em presença real nos municípios. O eleitor precisa se perguntar, sem medo: quem esteve aqui quando não havia palanque? Quem destinou recursos para minha cidade e trabalhou pela região nos últimos três anos?

O roteiro é velho e o povo conhece bem. Em época de eleição, aparecem os mesmos personagens: vestem o chapéu de couro, comem galinha caipira, tiram foto no sítio, dizem que defendem o agricultor e o sertanejo. Mas, passado o período de campanha, somem, esquecem o Cariri e o Seridó e só voltam quando precisam do voto novamente.

Essa encenação é perfeitamente retratada na música “Candidato Caô Caô”, de Bezerra da Silva. A canção escancara o político da promessa vazia, da mentira repetida, do compromisso que nunca se cumpre. Uma crítica antiga, mas assustadoramente atual.

Este recado é claro, principalmente para aqueles que buscam a reeleição. Esses cargos têm poder real de mudar a vida das pessoas. Quem teve mandato e não mostrou serviço precisa ser cobrado. Foto, discurso bonito e acordo de bastidor não enchem prato nem constroem futuro.

É preciso romper com o simbolismo barato e com os arranjos pessoais que beneficiam poucos e deixam a maioria para trás. O voto não pode continuar sendo moeda de troca por favores, promessas ou aparições rápidas em ano de eleição.

Faço uma ressalva justa: quem não tem mandato e disputa pela primeira vez merece ser avaliado por suas propostas e trajetória. Mas quem já esteve lá precisa ser julgado pelo que fez ou pelo que deixou de fazer.

Em 2026, o povo do Cariri e do Seridó precisa dizer basta. Basta de enganação. Basta de ausência. Basta de “Candidatos Caô Caô”. Porque o voto é do povo, mas a conta do erro sempre cai no colo da população.

Júnior Queiroz

Apresentador e Diretor do Paraíba Mix

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