Instituições de ensino federal da PB se dizem preocupadas com corte no orçamento de 2021

As instituições de ensino superior com sede na Paraíba reagiram nesta terça-feira (11) à decisão do Governo Federal de realizar um corte linear de quase 20% nos orçamentos de 2021 de universidades e institutos federais de todo o país. Representantes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) foram unânimes em dizer que os cortes devem afetar o ensino e a pesquisas no próximo ano. Os cortes são de 18,2% e devem acarretar numa redução superior a R$ 1 bilhão em todo o território nacional.

O corte foi confirmado nessa segunda-feira (10), mas a decisão ainda precisa passar pelo Congresso Nacional. O Governo comunicou a decisão à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que por sua vez repassou a informação às instituições de ensino de todo o país por meio de ofício circular.

O primeiro a se manifestar no estado foi o vice-reitor e secretário de Planejamento da UFCG, Camilo Farias, ao declarar que o valor afeta os chamados recursos discricionários em três áreas principais: assistência estudantil, manutenção e funcionamento da instituição, e recursos aplicados em patrimônio.

“Ainda vamos nos reunir para saber como vamos sobreviver a esse corte que compromete quase 20% do ano”, lamentou o vice-reitor.

Circular da Andifes confirma corte orçamentário nas universidades federais — Foto: Reprodução / Andifes

Circular da Andifes confirma corte orçamentário nas universidades federais — Foto: Reprodução / Andifes

Camilo lembrou que em 2019 já houve o contingenciamento de valores, mas que pouco a pouco a verba acabou sendo liberada. Agora, no entanto, o corte é no orçamento em si e não se trata de mero bloqueio.

Na questão de assistência estudantil, bolsas acadêmicas deverão sofrer cortes. Áreas como conservação e limpeza, portaria, motorista, vigilância patrimonial e apoio administrativo, pagamento de contas de energia, água e telefone também devem ser afetados. Além disso, o corte atinge setores como manutenção predial, manutenção de veículos e equipamentos, combustível, passagens e diárias, obras, mobiliário, compra de livros e de equipamentos de laboratórios, entre outros.

Uma preocupação adicional é com relação à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Camilo Farias explicou que, em um eventual retorno das aulas presenciais em 2021, vai ser preciso adotar um protocolo de biossegurança que é caro. Mas que, apesar disso, deverá ser aplicado mesmo com corte orçamentário.r

“Vamos ter avaliar como vamos atuar”, resumiu.

UFPB quer preservar estudantes

A UFPB, por sua vez, vai apelar para verbas extra-orçamentárias, que poderão ser conseguidas via emendas de bancada no Congresso Nacional. É o que garante a reitora Margareth Diniz, ao admitir que a situação é “bem preocupante”.

G1

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