O caso de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, que morreu ao entrar em uma jaula de leoa em João Pessoa, reacende o debate sobre saúde mental e a vulnerabilidade de pessoas com transtornos psicológicos. Diagnosticado com esquizofrenia e rejeitado pela família, Gerson buscava refúgio na prisão, local onde dizia se sentir “amparado”.
O professor, historiador e palestrante Leandro Karnal comentou o episódio, refletindo sobre a complexidade do caso: “A rigor, nem o jovem Gerson e nem a leoa respondem conscientemente por seus atos. Trata-se de um ser humano doente e sem perspectivas de apoio vagando pela rua, e de um animal enjaulado para a diversão do público”.
Karnal questiona se há outros “Gersons” próximos a nós, vivendo à margem do sistema de proteção e apoio. “Os gritos daquele rapaz e os rugidos da leoa deveriam despertar a consciência dos chamados ‘equilibrados mentais’ para o drama. Enjaular pessoas e animais não está resolvendo”, afirmou.
Para ele, o episódio evidencia falhas no acompanhamento de pessoas com transtornos mentais e levanta questionamentos sobre segurança, cuidado e políticas públicas de proteção, tanto para indivíduos vulneráveis quanto para animais.
Com PB Agora






