Ex-prefeito de Serra Branca homenageia Professora Estelita Antonino

Por Zizo Mamede

 

Serra Branca dá uma pausa para unanimidade: as homenagens à Professora Estelita Antonino.

2017 é o primeiro ano em que a emancipação do município é comemorada sem a professora Estelita pessoalmente entre nós.

A partir de uma proposição do vereador Renan Mamede (PT) a Câmara de vereadores criou a comenda Professora Estelita Antonino do mérito na cultura.

Já o prefeito Souzinha inaugurou o Centro Cultural Estelita Antonino, instalado em um prédio no principal sítio histórico da cidade.

A Professora Estelita Antonino era a melhor encarnação da cidade de Serra Branca. – Cidade, do latim “civitas”, de cidadania, conjunto de direitos de uma pessoa exercer a participação na vida de seu povo.

Onde quer que um ajuntamento de gente tratasse de temas, problemas e desafios da comunidade, Estelita Antonino estava lá.  Não precisava ser convidada. E a sua simples presença já impunha seriedade e respeito.

Unanimidade em torno de Estelita Antonino não quer dizer tranquilidade e anuição. A filha de camponeses estudou em colégio de freiras e tinha uma formação religiosa fervorosa.

A sua moral era conservadora quanto aos costumes. Mas também era adepta da Teologia da Libertação.

Autora de três livros, Genealogia dos Antoninos (2003), Fatos históricos de Serra Branca (2008), A família Antonino através dos tempos (2010), que revelam uma de suas leituras da história.

Também por conta da religião cristã, tinha uma visão teleológica da história: no curso do tempo e ao fim e ao cabo a história seria o cenário da vitória de Deus.

A atuação da historiadora, entretanto, tinha uma frutífera contradição: a desnaturalização da história vivida. A sua filosofia da história não permitia acomodação diante dos problemas da coletividade e dos indivíduos.

A professora de história da cidade dizia com insistência que “na história tudo muda e nada é para sempre… lembrem o que aconteceu com o Império Romano”.

Foi a formadora de uma geração inquieta. “Uma safra”, como ela mesma gostava de dizer
.
À educadora Estelita Antonino, a melhor homenagem é levar adiante o seu exemplo de cidadania.

Na educação. Na política. Na generosidade. Estelita Antonino, presente!

 

Zizo Mamede

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